Last Updated on 2025-08-09 by Jorge Bastos
O Alto Douro vinhateiro é sem dúvida uma das regiões vinícolas mais bonitas do mundo. Mas, além de toda a sua beleza natural e construída, é também um lugar agradável para se viajar. É possível lá ir num cruzeiro fluvial e desfrutar de toda a paisagem das vinhas a partir do rio.
Podemos também apanhar o histórico comboio da linha do Douro que vai desde o Porto até ao Pocinho serpenteando entre as montanhas, sempre ao longo do rio. Ou pode-se ainda fazer a N222 (e algumas outras) e ir parando nos muitos miradouros da região. Seja qual for a nossa forma, explorar o vale do rio Douro é sempre um prazer.
No entanto, já há muito tempo que andamos à procura de um trilho na região do Alto Douro – um que realmente nos permita explorar e desfrutar desta maravilhosa região a pé. Um trilho que realmente nos mostre e ajude a explorar as famosas vistas do Alto Douro, as vinhas, os terraços perfeitamente desenhados e, claro, o rio!
Finalmente encontrá-lo, é o PR2 Lamego – também conhecido como o trilho do vinho do Porto.

Dados sobre o trilho do vinho do Porto
- Nome oficial: PR2 Lamego
- Início: Samodães, Lamego
- Fim: Samodães, Lamego
- Distância: cerca de 8 km
- Tempo: 3h30
- Dificuldade: Moderada
- Altitude Máxima/Mínima: 390/40 metros
- Desnível acumulado: 450 metros
- Tipo: Circular
- Sinalização: Razoável
- Pontos de Interesse: rio douro, vinhas e terraços do Douro, Six Senses Douro Valley
- Pode fazer o download do mapa aqui

Trilho do vinho do Porto
O trilho começa e acaba na aldeia de Samodães, Lamego. Como é um percurso circular, é perfeitamente possível fazê-lo numa direção ou outra. Qualquer que seja a direção que escolham fazer, vão começar com uma descida inclinada e terminar numa subida, havendo pelo meio cerca de 1 km de caminhada plana ao longo do rio Douro. Nós optamos por fazer o trilho na direção dos ponteiros do relógio, e é esse o percurso que vamos descrever em baixo.
O trilho começa junto da igreja e cemitério de Samodães, e a partir daqui começamos logo a descer em direção ao rio. Primeiro através da aldeia e depois ao longo dos campos, terraços e vinhas. Na grande maioria das mudanças de direção o trilho está bem assinalado, mas por vezes é necessário um pouco mais de atenção. De qualquer das formas não será demasiado difícil segui-lo. As vistas aqui são de tirar a respiração. Toda esta parte da descida é cerca de 2 km.
Depois da longa descida, chegamos à margem do rio e viramos à direita, caminhando ao longo deste durante pouco mais de 1 km. A linha do Douro fica exatamente do outro lado do rio, e por isso, se tivermos sorte, podemos ver os comboios a passar. Esta é também a melhor área para comer qualquer coisa e descansar um pouco antes da dura tarefa que aí vem.

No fim desta parte, chegamos ao Six Senses Douro Valley resort. Vamos atravessá-lo e aproveitar a oportunidade para espreitar o mais famoso hotel da região, sem a necessidade de lá ficar. Claro que se dinheiro não for questão, este é um hotel em que definitivamente deve ficar!
Depois de atravessar o Six Senses, vamos começar a dura subida. Os primeiros metros são feitos numa estrada asfaltada, até se chegar à N222. Após atravessar a estrada, vamos apanhar um trilho de terra batida. Esta é sem dúvida a parte menos interessante de todo o percurso.
No entanto, após cerca de 1 km de subida, começamos a entrar novamente numa zona com algumas casas, ruas de paralelo e vinhas. Mas continuamos a subir. Não tenha pressa, descanse, tire umas fotos. Não se esqueça de olhar para trás e tirar partido do belíssimo cenário atrás de si. Estes são uns dos socalcos mais bonitos do mundo, e um dos patrimónios mundiais da UNESCO em Portugal.
A última parte do trilho é mais suave, com uma pequena descida antes da última subida de volta à igreja de Samodães. À medida que entramos na aldeia, é possível que nos tenhamos distraído um pouco, vagueando e saído do trilho. Existe também uma fonte de água fresca.
Se ainda não foi à igreja, é altura de o fazer. A vista do adro é… monumental! Além de que é um bom lugar para descansar um pouco depois da dura subida desde o rio.

Melhor altura para se fazer o trilho do vinho do Porto
Apesar de ser perfeitamente possível ser feito em qualquer altura do ano, recomendamos que evite fazer este trilho quando as condições climáticas são extremas.
Durante o pico do verão, será demasiado quente e o trilho tem muito poucas zonas com sombra. Durante os dias de chuva, é possível fazer o trilho, mas o chão estará muito escorregadio, pelo que será necessário maior cuidado.
Assim, as melhores alturas para fazer este trilho serão em dias de sol, mas com temperatura amenas ou frias. A primavera e o início de outono serão as melhores apostas para termos as condições ideais.

Podemos fazer este trilho em família?
Acreditamos que qualquer pessoa que consiga caminhar cerca de 10 km consegue fazer o trilho. Este não é particularmente perigoso, mas notem que por vezes é bastante inclinado e durante muitos metros, pelo que é desgastante fisicamente.
Assim, diríamos que não é adequado para idosos e crianças de colo, mas além disso qualquer outra pessoa deve conseguir fazê-lo.
O que levar para o trilho?
Este é um percurso relativamente pequeno, e não muito difícil tecnicamente, por isso aconselhamos que leve:
- Muita água (pelo menos 1 litro por pessoa);
- Lanche (notem que não existem bares ou restaurantes ao longo do percurso);
- Sapatilhas de caminhada ou corrida;
- Casaco de chuva, se for inverno;
- Óculos de Sol, chapéu e protector solar se estiver sol;
- Máquina fotográfica ou telemóvel para tirar algumas fotos. Não vão faltar oportunidades;
- Mochila pequena para levar tudo isto;
Como sempre, por favor, não faça lixo. Traga de volta tudo o que levar consigo.

Como ir para Samodães?
Antes de mais, é necessário deixar claro que precisa de carro para fazer este trilho. Não consigo imaginar ir para Samodães de qualquer outra forma. Tendo isto em mente, deve apanhar a popular N222, e em S. Gião virar para Samodães e a partir daí continuar sempre até chegar ao cemitério da aldeia. Lá pode estacionar, e o trilho começa ali. Bastante simples.
Ou então, meta simplesmente cemitério Samodães no Google Maps e vai lá ter facilmente. 🙂
Onde ficar?
O lugar mais óbvio é mesmo o Six Senses, certo? Bem, se tiver dinheiro para isso, sim! Sem dúvidas, pois é considerado um dos melhores hotéis do país, mas na realidade nunca lá ficamos, por razões… óbvias.
Se o Six Senses também está fora do vosso alcance, junto ao trilho existe também o Delfim Douro Hotel, que é também um hotel de grande qualidade e um pouco menos caro. Caso queira uma opção mais barata ainda, o melhor será mesmo ficar no Peso da Régua, que fica a apenas alguns km do trilho. Veja no mapa abaixo as melhores opções para ficar na Régua.
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