O PR1 de Santo Tirso é o trilho mais conhecido do concelho e rapidamente se tornou um dos nossos novos favoritos. Curiosamente, sou de Santo Tirso e este percurso passa muito perto de onde vivi a minha infância… e, mesmo assim, nunca o tinha feito. É incrível como, às vezes, andamos a explorar o mundo e esquecemo-nos de descobrir os pequenos paraísos que temos mesmo à porta de casa.
O trilho Histórico Pré-Industrial é um percurso circular com 7,1 km, com um grau de dificuldade moderado (nível 3 de 5), que nos leva numa viagem através do tempo e da paisagem natural de Santo Tirso. Ao longo de aproximadamente 3 a 4 horas, percorremos caminhos que revelam a riqueza histórica, ambiental e cultural da região.
Neste artigo, vamos partilhar contigo todos os detalhes sobre o PR1 STS – Histórico Pré-Industrial, incluindo informações práticas, pontos de interesse e dicas para aproveitares ao máximo esta caminhada que combina história, cultura e paisagens deslumbrantes.
Trilho Histórico Pré-Industrial – Informação Geral
- Nome: PR 1 STS – Histórico Pré-Industrial
- Inicio: Carvalhal de Valinhas, junto à capela
- Fim: Carvalhal de Valinhas, junto à capela
- Distância: 7.1 km
- Tempo necessário: 3 a 4 horas
- Dificuldade: Moderada a difícil, sobretudo pela subida junto à cascata.
- Máx/min altitude: N/A
- Ganho de altitude: N/A
- Tipo – Circular
- Sinalização (1-5) – 4
- Destaques: Serra Hidráulica de Pereiras; Azenhas de Valinhas; Quedas de Fervença; Castro do Monte Padrão; Rio Leça
- Pode fazer download do panfleto aqui

Nossa experiência no trilho
Raramente fazemos trilhos em grupos alargados, mas esta foi uma exceção. Percorremos este percurso aquando dos festejos do 25 de Abril pela Câmara de Santo Tirso, e organizado pela mesma. Um dia destes vamos voltar até porque nos é muito fácil cá vir e vale bem a pena!
O trilho inicia-se no Carvalhal de Valinhas, onde temos um belo espaço de piqueniques, com mesas e sombras. É também bastante fresco no Verão o que o torna um dos destinos ao ar livre mais agradáveis do concelho. Temos também um painel informativo a marcar o inicio do percurso.
Uma vez que este é um trilho circular podemos fazê-lo em ambos os sentidos, mas aqui vamos descrever o que fizemos, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.
Neste sentido o trilho começa imediatamente com uma descida por caminhos rurais e florestais até à ponte das cabras, conhecida por ser a primeira ponte (relevante) sobre o rio Leça. São apenas cerca de 1000 metros de descida, mas é uma caminhada fácil e agradável.
Esta ponte marca o fim das quedas de Fervença e o ponto onde o Rio Leça passa a ser bastante menos tumultuoso. Antes da ponte temos de virar à esquerda para a margem do rio. A partir daqui vamos subir pela margem do Leça e ver as longas Quedas de Fervença.

Apesar de relativamente pouco conhecidas as Quedas de Fervença são espetaculares, especialmente depois de alguns dias de chuva. Esta sucessão de pequenas cascatas (5 a 10 metros) em pleno troço do rio Leça resulta de um acidente geológico.
Felizmente este caminho segue sempre pela margem do rio e podemos apreciar as várias quedas e diversos ângulos diferentes. A meio temos até uma ponte onde se pode atravessar o rio e ver as quedas tanto para cima como para baixo.

A subida das quedas é a parte mais difícil, tanto do ponto de vista técnico como físico, de todo o percurso, mas também, provavelmente, a mais bonita. Depois das cascatas, afastamo-nos um pouco do rio e continuamos a subir, embora de forma menos acentuada, até chegarmos a Pereiras, onde se encontra a serra hidráulica
A Serra Hidráulica de Pereiras é um notável exemplo da arquitetura pré-industrial. Dedicada à serração de madeira para uso industrial e doméstico, recorria à força da água para mover o engenho de serrar.
Depois seguimos por caminhos rurais de Monte Cordova até ao conhecido Monte Padrão, onde se encontra o Castro, o centro interpretativo e a capela. O centro interpretativo está aberto e tem informação sobre a ocupação desta região.

O Castro do Monte Padrão é o ponto mais alto deste trilho. Além do castro cuja ocupação se iniciou durante o Bronze Final, temos também uma vista fantástica para toda a região. O Monte Padrão é classificado como Monumento Nacional desde 1922.
A partir do Monte Padrão decidimos descer pela rota alternativa pelo meio da floresta até ao ponto inicial no carvalhal de Valinhas. Apesar de ser uma descida bastante longa, é fácil tanto física como tecnicamente.

O percurso original oficial é um pouco mais longo pois desce ainda mais e depois temos de voltar a subir para Valinhas. Apesar de ser o percurso oficial, não acrescenta muito à experiência, pelo que aconselhamos descer diretamente para Valinhas. Ambos os caminhos estão marcados e pode ver ambas as opções no folheto.
Em conclusão, este é um trilho relativamente curto, mas cheio de pontos de interesse marcantes, tanto naturais como históricos. Ao longo do percurso, somos surpreendidos pelo belíssimo Rio Leça, uma cascata impressionante, o ancestral Castro do Monte Padrão e ainda pela engenhosa Serra Hidráulica e pelas antigas azenhas que testemunham o uso tradicional da água nesta região.

Melhor altura do ano para fazer o trilho
Este é um trilho que pode ser feito durante todo o ano, mas é necessário alguns cuidados consoante a época.
O Verão é uma boa altura para percorrer estes caminhos pois grande parte do percurso é feito com sombras o que reduz bastante o peso do sol de verão. No entanto nesta altura as quedas de fervença terão muito pouca água, perdendo assim grande parte da sua espetacularidade.
Durante o Inverno é muito provável que esteja bastante frio, podendo mesmo haver geada ou muita água no percurso. As quedas estarão com muita água, mas a subida poderá ser perigosa devido à humidade no chão.
Na primavera é muito provável que as quedas tenham ainda bastante água, mas não estará tanto frio e se escolher bem o dia, poderá ter um belo dia sol para usufruir de todas as atrações desta caminhada.

Quem pode fazer o trilho?
No geral o trilho não é muito difícil, nem muito longo, mas a subida junto às quedas de Fervença é bastante inclinada e por vezes até perigosa para quem não tem agilidade e não está habituado a caminhos de montanha.
Assim, aconselhamos o percurso a pessoas habituadas a caminhadas e muita atenção junto às quedas. Seja como for, quando fizemos a caminhada em grupo, estavam cerca de 200 pessoas e todas fizeram o caminho sem incidentes.

O que levar?
O caminho é relativamente curso e faz-se bem numa manhã ou tarde pelo que não é necessário grandes coisas para levar.
- Agua (cerca de 1l por pessoa);
- Snacks;
- Calçado de caminhada confortável;
- Roupa confortável;
- Casaco de chuva, no Inverno;
- Óculos de sol, chapéu e protetor solar no verão;
- Câmara e telemóvel, pois existem muitas oportunidades para tirar belas fotos. Telemóvel também para ser usado como GPS.
- Mochila pequena para levar tudo isto;
Como sempre, por favor não faça lixo. Traga tudo o que levar consigo.
Como chegar ao trilho?
O início do PR1 fica no Parque de Lazer de Nossa Senhora Valinhas, perto da capela com o mesmo nome. Ambos são visíveis da estrada e fáceis de identificar. Existe também um parque de estacionamento com diversos lugares.
Santo Tirso fica a cerca de 25 km do Porto, e pode lá chegar pela A3 ou pela N105.
Para chegar ao início do trilho é bastante fácil, temos que nos dirigir a Santo Tirso e subir em direção a Monte Córdova e depois para Valinhas. Se vier pela N105 não precisa de ir a Santo Tirso, podendo sair em direção a Monte Cordova, encontrando o Parque de Valinhas do lado direito.
- Coordenadas: Latitude: 41.305067; Longitude: -8.449997
- Clique para ir para inicio do trilho no Parque de Lazer de Valinhas

Onde ficar quando fizer o PR1 Santo Tirso Histórico Pré industrial?
Tal como referimos acima Santo Tirso fica bastante próximo do Porto (e de Braga) pelo que é perfeitamente possível ficar numa destas cidades e ir fazer esta caminhada numa manhã ou tarde. No entanto, se quiser explorar outras atrações em Santo Tirso o ideal será ficar mesmo na cidade.
- O hotel mais conhecido e conceituado de Santo Tirso é sem dúvida o Hotel Cidnay no centro da cidade. É um excelente hotel de charme, muito agradável e confortável. É por isso a nossa sugestão para quem quiser ficar em Santo Tirso. Veja fotos e reserve aqui.
- Se quiser uma alternativa um pouco mais barata ao Hotel Cidnay é o Solar S. Bento. Fica junto ao Rio Ave ligeiramente fora do centro, mas perto do parque urbano e do Mosteiro de Santo Bento. Veja mais informação e reserve aqui.
Guarde para mais tarde se recordar!

