Rota do Maciço Central: um trilho desafiante na Serra da Estrela

A Rota do Maciço Central, em Manteigas, é um dos trilhos mais duros e impressionantes da Serra da Estrela. Começa e termina no Covão d’Ametade, levando-nos a explorar a zona mais alta e selvagem da serra, entre o Cântaro Magro, o Cântaro Gordo e o Vale Glaciar do Zêzere.

Costumamos dizer que é brutal — tanto pela sua dureza quanto pela sua beleza! Se gosta de caminhadas de montanha e está habituado a trilhos exigentes e técnicos, esta é uma caminhada a não perder!

Ainda assim, podemos garantir que é o nosso trilho favorito na Serra da Estrela: o esforço físico é compensado pela beleza natural e pela imersão na natureza profunda da serra.

Se quer explorar mais trilhos e dicas sobre a Serra da Estrela, consulte o nosso guia completo.

Uma pessoa com uma mochila caminha ao longo de um trilho desafiante estreito nas montanhas rochosas e cobertas de arbustos da Serra da Estrela; manchas de musgo e um céu parcialmente nublado acrescentam atmosfera.
Rota do Maciço Central na Serra da Estrela

Informações práticas da Rota do Maciço Central

  • Nome: Rota do Maciço Central – PR5 Manteigas
  • Início: Covão d’Ametade
  • Fim: Covão d’Ametade
  • Distância: 10 km
  • Tempo necessário: 6-8 horas
  • Dificuldade técnica: Muito difícil
  • Dificuldade física: Muito difícil
  • Máx/min altitude: 1931/1423 metros
  • Ganho de altitude: cerca de 600 metros
  • Tipo: circular, marcado em ambas as direções.
  • Sinalização (1-5): 4. Algumas marcas estão desgastadas e não se veem.
  • Destaques: Covão d’Ametade, Cântaro Gordo, Cântaro Magro, Covão Cimeiro, Lagoa do Peixão, Salgadeiras.
  • Pode fazer download do panfleto aqui.
  • Veja o ficheiro do GPS oficial aqui.
Um riacho estreito passa por uma área arborizada na Serra da Estrela, com árvores altas projetando sombras na grama e na água. A luz do sol é filtrada pelas folhas. Um muro de pedra margeia o riacho - perfeito para explorar parte da Rota do Maciço Central.
Covão d’Ametade no inicio da rota

Descrição da Rota do Maciço Central Manteigas

Nossa experiência no trilho

Este é o nosso trilho favorito na Serra da Estrela, mas também é o mais duro que fizemos por lá. Os 10 km circulares, com cerca de 600 metros de acumulado, enganam um pouco.

Conte com pelo menos 6 horas para o trilho. Nós demorámos mais de 7, mas também paramos por algum tempo para tirar fotos e fazer vídeos. Além disso, começou a chover na descida, o que nos obrigou a tomar cuidados adicionais.

Começando o trilho no Covão d’Ametade e seguindo na direção do relógio, temos de começar por entrar pelo covão e seguir até ao seu final (são só uns 300 metros). Aí, vai ter uma marca à direita e começa a longa e dura subida.

Um trilho de caminhada rochosa na Serra da Estrela passa sob uma grande rocha e ao lado de um muro de pedra, com uma pessoa à distância. Uma placa de trilha de madeira marca esse trilho desafiante, enquanto galhos de pinheiro cobrem parcialmente a parte superior da imagem.
Início do trilho no Covão d’Ametade no sentido dos ponteiros do relógio

A subida tem cerca de 1,5 km e vai de 1400 metros de altitude a mais de 1800 metros. Controle o ritmo e guarde energias, pois há zonas onde é mesmo necessário algum (muito) scrambling e cuidado para não escorregar. Nesta zona temos vistas para o Vale Glaciar e para os Cântaros.

Chegados lá cima, temos então alguns km ondulantes, onde se pode caminhar mais rapidamente. No entanto, mesmo nesta zona “plana” existem imensas rochas e penedos, pelo que temos sempre de estar atentos. É aqui que encontramos as turfeiras e as salgadeiras.

Penhascos de montanhas rochosas sob um céu parcialmente nublado com manchas de grama amarela e arbustos verdes em primeiro plano. Uma etiqueta
Vista para o Cântaro Gordo na rota do maciço central

O percurso muda quando chegamos a uma enorme mariola e a uma indicação de que temos de virar à direita. A partir daqui começa uma longa descida de mais de 2 km. Aqui temos novamente partes muito técnicas, como a passagem pelo meio de 2 rochas e as descidas bem íngremes. É divertido, mas exige bastante atenção.

Após a lagoa do Peixão, a descida acalma e começa uma parte plana do percurso, ao longo do vale da Ribeira da Candeeira. Esta parte faz-se bastante rápida, pois, além de plana, tem muito menos rochas para subir e descer.

Uma pessoa com uma mochila amarela está num terreno rochoso ao longo da Rota do Maciço Central, com vista para um pequeno lago na Serra da Estrela, sob um céu parcialmente nublado.
Lagoa do Peixão na rota do Maciço Central na Serra da Estrela

No final do vale temos nova indicação para virar à direita; estamos a cerca de 2,5 km do Covão d’Ametade e temos apenas mais uma subidinha e correspondente descida para o Covão. Daqui temos vistas bonitas novamente para o Vale Glaciar e, em cerca de 1 hora, estamos de volta ao ponto de partida.

Vista para o vale glaciar na Serra da Estrela, marcada por picos irregulares e céu nublado. O terreno rochoso e a vegetação esparsa sugerem um trilho desafiador.
Vista para o vale glaciar na parte final da rota do Maciço centrar no sentido dos ponteiros do relógio

Distância e tipo de percurso

O trilho original tem cerca de 10 km e foi esse que fizemos. No entanto, há várias derivações extras para quem tiver energia e tempo extras. É possível, por exemplo, ir à Torre e depois voltar ao percurso circular original. Com todas as derivações, a distância total atinge 19 km.

Tal como já referimos, o percurso é circular, com início e fim no Covão d’Ametade. É recomendado fazer no sentido do ponteiro do relógio, pois, assim, a subida mais brutal é feita logo de início.

Um trilho rochoso, parte do trilho desafiante Rota do Maciço Central, serpenteia pela grama seca e arbustos em direção a uma encosta acidentada da Serra da Estrela sob um céu azul claro.
Zona íngreme na rota do Maciço Central na Serra da Estrela

Altitude e desnível acumulado

Este trilho de montanha atinge altitudes que, em Portugal, só são possíveis na Serra da Estrela. O ponto mais baixo é no Covão d’Ametade, a 1423 metros, enquanto o ponto mais alto atinge 1931 metros. Se fizer as derivações, vai atingir o ponto mais alto de Portugal, os 1991 metros da Torre.

O desnível acumulado é de “apenas” cerca de 600 metros, mas lembre-se de que grande parte deste desnível está numa pequena extensão do percurso, o que implica inclinações elevadíssimas.

Uma paisagem de montanha rochosa com vegetação verde, penhascos escarpados e um caminho sinuoso sob um céu parcialmente nublado. A luz do sol atravessa as nuvens, iluminando partes da Rota do Maciço Central da Serra da Estrela.
Trilho difícil – com um desnível acumulado de 600 metros na Rota do maciço central

Dificuldade técnica e física

Consideramos a rota do Maciço Central um dos trilhos mais difíceis que já fizemos em Portugal. Não pelo acumulado nem pela distância, mas pelo declive e pelo desnível que existem na primeira parte do caminho e, depois, na descida principal.

Além da dificuldade física de subir 400 metros em menos de 1,5 km, as pedras e a inclinação exigem constante scrambling e, por vezes, uma capacidade quase de cabra-montesa.

A descida não é mais fácil que a subida, por isso prepare-se para ter de descer lentamente e com cuidado. Existem muitas pedras, e é bastante fácil torcer um pé, ou pior.

Paisagem de montanha rochosa sob um céu parcialmente nublado com manchas verdes, colinas distantes e sombras projetadas pelas nuvens. O terreno acidentado da Serra da Estrela define o cenário para este trilho desafiante
Vista da rota do Maciço Central na Serra da Estrela

Sinalização

O trilho está bem sinalizado e marcado em ambas as direções. Existem partes onde não se veem as marcas, pois estão a perder a cor e a ficar escondidas pela vegetação. É necessária a renovação para evitar incidentes infelizes no futuro.

É quase obrigatório levar o GPS, pois caso se perca, pode ser muito complicado voltar ao caminho.

Para mais informações sobre a região e outros percursos, veja o nosso guia da Serra da Estrela.

Uma paisagem de montanha rochosa com penhascos íngremes sob um céu parcialmente nublado. Em primeiro plano, uma grande rocha marcada com marcadores de trilha vermelhos e amarelos sinaliza o trilho desafiante ao longo da Rota do Maciço Central na Serra da Estrela. A vegetação cresce entre as rochas.
Sinalização na rota do Maciço Central na Serra da Estrela

Quando percorrer o trilho

A época ideal para fazer este trilho é o verão, quando não há neve, há pouca humidade e a probabilidade de chuva é menor.

É muito importante destacar que não deve realizar este percurso quando houver neve. Será extremamente perigoso e a probabilidade de se perder aumentará significativamente.

Além da neve, sugerimos que evite dias de chuva e consulte atentamente a previsão meteorológica. A chuva vai tornar o caminho bem mais escorregadio e perigoso. Além disso, se houver queda de temperatura, pode haver bastante frio e vento.

Dito isto, nós fizemos este percurso num dia de início de outono com probabilidade de chuva de 0% e… adivinhem…? Choveu durante 2 horas quando já estávamos a mais de meio caminho! Por isso, prepare-se e leve sempre um impermeável.

Uma pessoa com uma mochila amarela caminha ao longo do trilho desafiante da Serra da Estrela, cercada por arbustos verdes e penhascos altos sob um céu azul com nuvens dispersas.
Paisagem montanhosa na rota do Maciço Central em Manteigas

A quem se adequa a Rota do Maciço Central em Manteigas?

Tal como dissemos logo na introdução, este é um trilho para pessoas com boa resistência física e alguma experiência em trilhos de montanha. Exige alguma técnica (ou, pelo menos, experiência) nas subidas e descidas.

Pessoas com dificuldade de mobilidade ou pouca flexibilidade vão ter imensa dificuldade nas partes mais técnicas, pelo que desaconselhamos que façam este percurso. Devido às inclinações e aos perigos em algumas partes, também recomendamos que não levem crianças por este caminho.

Se quiser um trilho mais fácil, sugerimos a Rota da Caniço, em Seia. Ou, se quiser um trilho para toda a família, sugerimos a Rota das Faias, em Manteigas.

Uma pessoa com uma mochila e um boné azul está em um afloramento rochoso ao longo do trilho desafiante da Serra da Estrela, admirando uma paisagem montanhosa acidentada sob um céu parcialmente nublado com vegetação esparsa.
Subida na Rota do Maciço Central na Serra da Estrela

O que levar neste trilho?

Este é um trilho longo e de alta montanha. Não existem lojas, cafés ou restaurantes, pelo que tem de levar consigo tudo o que precisar para o dia todo. Sugerimos que leve:

  • Muita água (no mínimo 2 L por pessoa);
  • Alguns snacks e alimentação energética, pois vai estar lá uma boa parte do dia;
  • Calçado de montanha confortável. De preferência calças para o proteger dos arbustos;
  • Roupa de exercício confortável;
  • Casaco de chuva, no Inverno;
  • Impermeável, mesmo que o tempo esteja bom!
  • Óculos de sol, chapéu e protector solar no verão;
  • Câmera e telemóvel, pois há muitas oportunidades de tirar belas fotos. Telemóvel também para ser usado como GPS;
  • Mochila pequena para levar tudo isto;

Como sempre, por favor, não faça lixo. Traga tudo o que levar consigo.

Um pequeno lago cercado por grama marrom e arbustos verdes, situado entre as colinas rochosas do Maciço Central da Serra da Estrela, sob um céu nublado.

Como chegar à Rota do Maciço Central Manteigas?

Oficialmente, o trilho começa na torre, como pode ver no folheto oficial; no entanto, toda a gente começa no Covão d’Ametade, pois começar na torre implica terminar com uma subida duríssima e ter de fazer 2 km extra para chegar ao início do trilho oficial.

Chegar ao Covão d’Ametade é fácil; basta apanhar a estrada N232 que vai de Manteigas para as Penhas da Saúde. Quando estiver a subir a parte mais inclinada do Vale Glaciar, fica logo à direita. Tem um pequeno parque de estacionamento grátis, por isso convém chegar cego.

Onde ficar quando fizer a Rota do Maciço Central?

O melhor lugar para ficar ao longo deste trilho é mesmo as Penhas da Saúde, pois ficam muito próximas do Covão d’Ametade e têm muitas opções de alojamento.

A nossa sugestão passa pelo hotel Luna Serra da Estrela, pois oferece uma excelente relação preço-Qualidade e tem até uma piscina interior onde se pode relaxar depois da caminhada.

Um quarto de hotel com uma cama de casal, almofadas e tapete laranja, cabeceira de madeira, mesa de cabeceira com abajur e escrivaninha oferece três grandes janelas que permitem a entrada de luz natural e vista para o mar - perfeito para os hóspedes que exploram a Rota do Maciço Central.

Alternativamente, pode ficar em Manteigas, pois fica bastante perto e tem uma imensa variedade de alojamentos e restaurantes. Veja, no mapa abaixo, algumas recomendações.

Guarde para mais tarde se lembrar!

Rota do Maciço Central - Serra da Estrela
Trilho do Maciço Central na Serra da Estrela

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