O Alto Douro vinhateiro é sem dúvida uma das regiões vinícolas mais bonitas do mundo. Mas, além de toda a sua beleza natural e construída, é também um lugar agradável para se viajar. É possível lá ir num cruzeiro fluvial e desfrutar de toda a paisagem das vinhas a partir do rio.
Podemos também apanhar o histórico comboio da linha do Douro que vai desde o Porto até ao Pocinho serpenteando entre as montanhas, sempre ao longo do rio. Ou pode-se ainda fazer a N222 (e algumas outras) e ir parando nos muitos miradouros da região. Seja qual for a nossa forma, explorar o vale do rio douro é sempre um prazer.
No entanto, já há muito tempo que andamos à procura de um trilho na região do Alto Douro – um que realmente nos permita explorar e desfrutar desta maravilhosa região a pé. Um trilho que realmente nos mostre e ajude a explorar as famosas vistas do Alto Douro, as vinhas, os terraços perfeitamente desenhados e claro, o rio!
Finalmente encontramos-lo, é o PR2 Lamego – também conhecido como o trilho do vinho do Porto.
Dados sobre o trilho do vinho do Porto
- Nome oficial: PR2 Lamego
- Início: Samodães, Lamego
- Fim: Samodães, Lamego
- Distância: cerca de 8 km
- Tempo: 3h30
- Dificuldade: Moderada
- Altitude Máxima/Mínima: 390/40 metros
- Desnível acumulado: 450 metros
- Tipo: Circular
- Sinalização: Razoável
- Pontos de Interesse: rio douro, vinhas e terraços do Douro, Six Senses Douro Valley
- Pode fazer o download do mapa aqui
Trilho do vinho do Porto
O trilho começa e acaba na aldeia de Samodães, Lamego. Como é um percurso circular, é perfeitamente possível fazê-lo numa direcção ou outra. Qualquer que seja a direcção que escolham fazer, vão começar com uma descida inclinada e terminar numa subida, havendo pelo meio cerca de 1km de caminhada plana ao longo do rio Douro. Nós optamos por fazer o trilho na direcção dos ponteiros do relógio, e é esse o percurso que vamos descrever em baixo.
O trilho começa junto da igreja e cemitério de Samodães, e partir daqui começamos logo a descer em direcção ao rio. Primeiro através da aldeia e depois ao longo dos campos, terraços e vinhas. Na grande maioria das mudanças de direcção o trilho está bem assinalado, mas por vezes é necessário um pouco mais de atenção. De qualquer das formas não será demasiado difícil segui-lo. As vistas aqui são de tirar a respiração. Toda esta parte da descida são cerca de 2 km.
Depois da longa descida, chegamos à margem do rio e viramos à direita, caminhando ao longo deste durante pouco mais de 1 km. A linha do douro fica exactamente do outro lado do rio, e por isso se tivermos sorte podemos ver os comboios a passar. Esta é também a melhor área para comer qualquer coisa e descansar um pouco antes da dura tarefa que aí vem.
No fim desta parte, chegamos ao Six Senses Douro Valley resort. Vamos atravessá-lo e aproveitar a oportunidade para espreitar o mais famoso hotel da região, sem a necessidade de lá ficar. Claro que se dinheiro não for questão, este é um hotel em que definitivamente deve ficar!
Depois de atravessar o Six Senses, vamos começar a dura subida. Os primeiros metros são feitos numa estrada asfaltada, até se chegar à N222. Após atravessar a estrada, vamos apanhar um trilho de terra batida. Esta é sem dúvida a parte menos interessante de todo o percurso.
No entanto, após cerca de 1km de subida, começamos a entrar novamente numa zona com algumas casas, ruas de paralelos e vinhas. Mas continuamos a subir. Não tenha pressa, descanse, tire umas fotos. Não se esqueça de olhar para trás e tirar partido do belíssimo cenário atrás de si. Estes são uns dos socalcos mais bonitos do mundo, e um dos patrimónios mundiais da UNESCO em Portugal.
A última parte do trilho é mais suave, com uma pequena descida antes da última subida de volta à igreja de Samodães. À medida que entramos na aldeia, é possível que nos tenhamos distraído um pouco, vagueando e saído do trilho. Existe também uma fonte de água fresca.
Se ainda não foi à igreja é altura de o fazer. A vista do adro é… monumental! Além de que é um bom lugar para descansar um pouco depois da dura subida desde o rio.
Melhor altura para se fazer o trilho do vinho do Porto
Apesar de ser perfeitamente possível ser feito em qualquer altura do ano recomendamos que evite fazer este trilho quando as condições climatéricas são extremas.
Durante o pico do verão, será demasiado quente e o trilho tem muito poucas zonas com sombra. Durante os dias de chuva, é possível fazer o trilho mas o chão estará muito escorregadio pelo que será necessário maior cuidado.
Assim, as melhores alturas para fazer este trilho será em dias de sol, mas com temperatura amenas ou frias. A Primavera e o início de Outono serão as melhores apostas para termos as condições ideais.
Podemos fazer este trilho em família?
Acreditamos que qualquer pessoa que consiga caminhar cerca de 10km consegue fazer o trilho. Este não é particularmente perigoso, mas notem que por vezes é bastante inclinado e durante muito metros, pelo que é desgastante fisicamente.
Assim, diríamos que não é adequado para idosos e crianças de colo, mas além disso qualquer outra pessoa deve conseguir fazê-lo.
O que levar para o trilho?
Este é um percurso relativamente pequeno, e não muito difícil tecnicamente, por isso aconselhamos que leve:
- Muita água (pelo menos 1 litro por pessoa);
- Lanche (notem que não existem bares ou restaurantes ao longo do percurso);
- Sapatilhas de caminhada ou corrida;
- Casaco de chuva, se for inverno;
- Óculos de Sol, chapéu e protector solar se estiver sol;
- Máquina fotográfica ou telemóvel para tirar algumas fotos. Não vão faltar oportunidades;
- Mochila pequena para levar tudo isto;
Como sempre, por favor não faça lixo. Traga de volta tudo o levar consigo.
Como ir para Samodães?
Antes de mais é necessário deixar claro que precisa de carro para fazer este trilho. Não consigo imaginar ir para Samodães de qualquer outra forma. Tendo isto em mente, deve apanhar a popular N222, e em S. Gião virar para Samodães e a partir daí continuar sempre até chegar ao cemitério da aldeia. Lá pode estacionar, e o trilho começa ali. Bastante simples.
Ou então, meta simplesmente cemitério Samodães no google maps e vai lá ter facilmente. 🙂
Onde ficar?
O lugar mais óbvio é mesmo o Six Senses, certo? Bem, se tiver dinheiro para isso sim! Sem dúvidas, pois é considerado um dos melhores hotéis do país, mas na realidade nunca lá ficamos, por razões… óbvias.
Se o Six Senses também está fora do vosso alcance, junto ao trilho existe também o Delfim Douro hotel, que é também um hotel de grande qualidade e um pouco menos caro. Caso queira uma opção mais barata ainda, o melhor será mesmo ficar no Peso da Régua, que fica a apenas alguns km do trilho. Veja no mapa abaixo as melhores opções para ficar na Régua.
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