Os Passadiços do Côa são bastante curtos, um dos mais curtos que já visitamos, mas a beleza extraordinária do local obrigou-nos a escrever este artigo. Adoramos Foz Côa, as gravuras, o museu e agora também os passadiços e por isso queremos que toda a gente os visite.
Com apenas 930 metros de extensão, estes passadiços ligam o fabuloso Museu do Côa e a estação ferroviária do Côa, desativada desde 1988, quando foi encerrado o troço entre o Pocinho e Barca d’Alva.
Sabia que?
Atualmente, existem novamente planos para reabrir a Linha do Douro até Barca d’Alva, o que incluiria a reativação de estações como a do Côa.
Os Passadiços do Côa foram inaugurados em 2022 e têm contribuído para o desenvolvimento do turismo da região, complementando a oferta de Museu do Côa e dos passeios guiados às gravuras.
Não se deixe enganar pelo percurso bastante curto, pois é exigente. Em menos de 1 km temos um desnível acumulado de 160 metros e 890 degraus. Lembre-se que vai ter de descer e depois subir.

Passadiços do Côa – Informação Geral
- Nome: Passadiços do Côa
- Inicio – Museu do Côa
- Fim – Antiga Estação do Côa
- Distância – 930 metros
- Tempo necessário – cerca de 1h30
- Dificuldade – moderada
- Máx/min altitude: N/A
- Ganho de altitude: 160 metros
- Tipo – linear
- Sinalização (1-5) – 5
- Destaques: Paisagem do Douro Vinhateiro, Vale do Côa, Museu do Côa, Linha do Douro desativada.
- Preço: Grátis
- Pode ver aqui o site oficial

Nossa experiência nos Passadiços do Côa
Os Passadiços do Côa são uma oportunidade para explorar a belo Vale do Côa, descendo a encosta quase vertical desde o Museu do Côa até à estação junto ao Rio.
Neste item normalmente descrevemos as várias fases do trilho, bem como as subidas/descidas e mudanças de direção importantes, mas os passadiços do Côa são especiais. Não apresentam qualquer dificuldade técnica ou de navegação e são sempre a descer.

A única dificuldade é mesmo física de devido às quase 1000 escadas que vamos ter de subir e descer.
Assim, começando junto à entrada do Museu, começamos imediatamente a descer e assim vamos continuar até chegarmos à antiga Linha do Douro. Uma vez que vamos seguir sempre pelos passadiços é impossível nos perdermos.

Durante o percurso existem algumas placas com informações úteis sobre a região, a fauna, flora local, etc. No entanto, o mais interessante é o pombal que fica junto aos passadiços.
É o único local onde se pode sair do percurso e assim podemos ver mais de perto o Pombal – um edifício branco e redondo como é tradicional na região. Podemos até entrar no pombal e ver como é por dentro. No entanto tenha cuidado ao entrar, pois tem uma vala funda por dentro.

Quando chegar ao final dos passadiços continue pela estrada a descer, são apenas mais uns 50 ou 100 metros até à antiga Linha do Douro. Lá podemos ver ainda uma das antigas pontes e a antiga estação. Infelizmente quando visitamos tinha indicação para não entrar na estação.
Relativamente à ponte, é antiga e lindíssima. A Linha do Douro foi construída ainda no século XIX, pelo que pensamos que a ponte será dessa altura. Apesar não ter indicações, recomendamos que não vá para a ponte pois esta não está preparada para caminhadas.
Depois de explorar a zona ribeirinha do Côa, está na hora de subir de volta até ao Museu, exatamente pelo mesmo caminho. Não tem nada que saber, mas não vamos mentir, é durinho! Se precisar pare para descansar, relaxar e contemplar a paisagem em volta! Afinal, foi para isso que lá foi!

Melhor altura para fazer os Passadiços do Côa
Na nossa opinião deve evitar fazer estes passadiços no pico do Verão. Esta é uma região extremamente quente no Verão, e a ausência de sombras tornará a caminha extremamente dura. O ideal é ir num dia fresco de meia estação mas com sol.
Nós visitar os Passadiços num dia de Primavera em que apesar de nublado, não choveu e foi ideal.
Quem pode fazer o trilho?
A caminhada é bastante curta, menos de 2 km, ida e volta, mas é sempre a descer até à estação, e depois sempre a subir. Para a fazer implica a capacidade de descer e subir quase 1000 degraus. Se estiver habituado a caminhadas vai conseguir fazê-lo, mas acaba por ser duro.
Não somos atletas, mas fazemos exercício e caminhadas regularmente, e por isso custa-nos admitir, mas ficamos com uma bela e inesperada dor de pernas nos dias seguintes.
Qualquer pessoa com dificuldades de mobilidade, crianças pequenas ou idosos, poderão ter imensa dificuldade para fazer este percurso, ou não conseguir de todo.

O que levar para os Passadiços do Côa?
Os passadiços do Côa iniciam-se junto do Museu, pelo que se precisar de comprar algum snack ou bebida tem sempre hipótese de o fazer no Museu.
- Água – Não é uma caminhada longa, não precisa de levar muita, mas convém levar alguma especialmente se for num dia quente e de sol.
- Calçado de caminhada confortável, mas quem gosta de caminhar de sandálias o chinelos pode perfeitamente fazê-lo aqui.
- Roupa confortável.
- Casaco de chuva e/ou corta-vento nos dias de chuva e especialmente vento.
- Óculos de sol, chapéu e protetor solar no verão.
- Câmara e telemóvel, pois existem muitas oportunidades para tirar belas fotos.
- Mochila pequena para levar tudo isto.
Como sempre, por favor não faça lixo. Traga tudo o que levar consigo.

Como ir aos passadiços do Côa?
Tal como já referimos, os Passadiços do Côa ficam junto ao Museu do Côa, em Vila Nova de Foz Côa. Para lá chegar temos primeiro de ir a Foz Coa e depois para o Museu, que fica no alto do Vale do Coa, a cerca de 3 km do centro. Ou seja, é bastante perto mas já fora da vila. Aqui ficam as opções mais práticas para chegar ao Museu/Passadiços:
De carro
Ir de carro é, sem dúvida, a forma mais rápida e conveniente de chegar a Foz Côa e ao Museu do Côa. As estradas estão em bom estado e há autoestradas até bastante perto da região. Do Porto até Foz Côa são cerca de 2 horas, o que até permite fazer uma visita de um dia — embora seja uma viagem algo longa e cansativa.
Se puder, aproveite para combinar com uma passagem pelo Vale do Douro, que fica mesmo ali ao lado.
Se gostar de conduzir com vistas incríveis, sugerimos vivamente que faça a N222, que liga Gaia a Foz Côa. Esta estrada já foi considerada uma das mais bonitas do mundo e, apesar de demorar bastante mais tempo do que pela autoestrada, vale mesmo a pena o desvio.
De comboio
Para quem não quer ou não pode conduzir, o comboio é uma boa alternativa — especialmente para quem tem tempo e gosta de viajar de forma mais relaxada. O comboio não chega diretamente a Foz Côa, mas vai até ao Pocinho, a cerca de 8 km dos passadiços. A partir daí, terá de apanhar um táxi (ou combinar boleia) até ao Museu do Côa.
A viagem de comboio é, em si, uma atração. A Linha do Douro atravessa paisagens deslumbrantes e é considerada uma das mais bonitas de Portugal. Só por isso, já vale a pena!

De autocarro
Também é possível chegar a Foz Côa de autocarro. É uma solução prática, principalmente porque o autocarro leva diretamente até à vila, e não apenas até ao Pocinho. No entanto, a viagem não é tão cénica como a de comboio e, tal como neste, vai precisar de transporte adicional para chegar até ao museu e ao início dos passadiços.

Onde ficar em Foz Côa?
É possível visitar Foz Côa numa escapadinha de um dia a partir do Porto — especialmente se for de carro —, mas atenção: é uma viagem longa e cansativa. Se tiver tempo, recomendamos que passe pelo menos uma noite na região.
Assim pode aproveitar com calma os Passadiços do Côa, visitar o museu, fazer uma visita guiada às gravuras e ainda explorar o que o Alto Douro e o Douro Internacional têm para oferecer. É uma das zonas mais bonitas e menos conhecidas de Portugal — e vale mesmo a pena descobrir.
Aqui ficam algumas sugestões de alojamento em Foz Côa:
O HI Foz Côa (a Pousada da Juventude) é um hostel moderno, com boas condições e várias opções de alojamento — desde dormitórios a quartos privados. Fica a cerca de 5 minutos a pé do centro da vila, por isso é bastante prático. É provavelmente a melhor opção para mochileiros ou viajantes em modo mais económico.
Este hotel fica mesmo no centro da vila e é uma boa escolha para quem prefere algo mais confortável e não se importa de pagar um pouco mais. Os quartos são agradáveis, mas sem grandes luxos — é uma opção simples e prática para quem quer ficar bem localizado. Veja aqui mais informações sobre o Hotel Vale do Côa.
Se preferir uma estadia mais privada e acolhedora, a Casa do Tablado é uma excelente escolha. Ideal para casais ou famílias, oferece o conforto e a liberdade de uma casa completa. Tem avaliações excecionais no Booking, o que só confirma a qualidade do espaço. Perfeita para quem quer relaxar e aproveitar a região com mais tranquilidade.
Guarde o Pin para se lembrar mais tarde!

